miércoles, 17 de julio de 2013

Júlio Olivar

LEMBRANÇAS



O som exala as sensações etéreas,

mas sufocadas.

Feito um zumbi, sei:

elas sobrevivem.

E vem à baila ao acorde da viola cabocla,

que subsiste no vai-e-vem do dia-a-dia canalha.

O que trucida, mas a essência (frágil) fica,

que nem o ocaso que teimo em adiar.

E a cada pôr-do-sol ainda me lembro:

De onde nasci.

De onde vivi.

A casa 486 da Rua Santa Cruz.

Quintal cheio de flores, a jabuticabeira.

Cada sentido acorda a cada acorde...

para o passado vivo em mim.


***



 
SOBREVIDA

Calculo os passos

Casualidade sem chance

Agora tenho agenda

É a experiência

Morte!

Das utopias...

Do inesperado...

Das imprudências...

Quero confronto armado

Pecar, ser ilegal

Instinto animal

Etiqueta social?

Códigos e afins?

Ritos e promessas?

Circunspeções e pragmatismos?

Não! Não! Não!

Sobreviver não dá

Quero revolução

Abaixo o caminho da mesmice,

do dia que anoitece e

da noite que amanhece

E só isso

E em vão

Numa eterna repetição

***


SEM-CAUSA


Doutrinado pelos ianques,


dos que deriva a força ruidosa.

Força do tudo posso,

NAquele que me enfraquece.

Deus de olhos claros,

Capitão América.

E o resto é causa pequena,

das baratas sub-mundanas,

las cucarachas que teimam

em não se venderem:

ao Sistema.

Démodé, a palavra?

Mais ainda a birrenta escravidão,

em pleno 2002 d.C(oca-Cola).


***


CONFORMADO



Hoje acordei taciturno,


Sem bramidos e nem contestações.

Com o espírito bem-dormido,

fui buscar revol’unção em

um Deus que há tanto esqueci.

Estou bom menino, seguro de mim.

A roupa engomada,

sem óculos escuros,

conservador e linear.

Abandonei o notívago,

para ser útil ao sistema.

É preciso não fazer poemas,

Retirar-se da vida ao poente,

Acreditar no Onipotente,

Dormir e acordar na hora certa,

cumprir sempre a meta.

O café expresso, o rush,

a multidão em marcha logo cedo;

conformo-me com a voz das ruas:

“é assim mesmo, é assim mesmo”.


***




MANHÃ



O poema não terminado,

o café amargo esfriando,

o cheiro de nicotina pela casa,

o flash-back insosso no rádio,

lembranças mitigadas,

o sol invadindo pela porta entreaberta,

a ressaca de uma-noite-quase-boa,

alucinações de sonhos reais.
Na vida-real nunca sonhada




***



SEM SALVAÇÃO



Fanatizo verbos tantos na esquina,

enquanto todos aguardam na fila.

E passo atestado de chato.

Oração revolucionária do livro sagrado de Marx,

não convence mais os ímpios.

Homilia perdida nos tempos que não foram;

Foram uns dias eternos na verve, apenas nela.

Ideias impróprias aos que se julgam inacabáveis,

destinados a algo que transcenda às eras:

religiosos adeptos do ópio.

Ódio dos que querem se libertar da força aqui na Terra,

não no além-túmulo.

Oprime, escraviza e conduz...

à eterna ilusão prostituta.

Vinho? Cicuta!

 Hóstia? Soda cáustica!







***






A PRINCESA




Balaio de gato,

sonhos dourados da gata borralheira,

que passou da hora,

nunca encontrou o sapatinho de cristal,

nunca virou princesa.

Arco da velha ilusão vencida,

pelo realismo cruel do dia-após-dia,

dos contos da carochinha,

que agora cheiram à naftalina.

No fundo do baú,

coleção de memórias póstumas,

da vida que leva morta.

Quisera ser bela adormecida,

dormiu e teve o pior de todos os pesadelos:

viu-se no espelho acusador e fidedigno.


***




BÁSICO



Afrouxo o cinto

e os de segurança e castidade.

Transmuto as exigências,

não carrego horas no braço.

Não tenho pressa de viver,

estou seguro.

Só assim estou seguro.


(c) Júlio Olivar
Porto Velho
Brasil

Júlio Olivar  Benedito nació el 14 de junio de 1973 en Poço Fundo, Minas Gerais, Brasil. Tiene una larga trayectoria como periodista y escritor, también en la política y la gestión pública. Actualmente es Secretario de Turismo del Estado de Rondonia.
 Es el duodécimo hijo de Domingas Noronha y Antonio Benedito. Residente en Rondônia desde 1998. También es oficialmente ciudadano de Machado (MG) y de Porto Velho (RO).
Según el informe del historiador y escritor Schiller Noronha Ferreira, publicado en el Jornal de Poço Fundo bien 12 de abril en 2003, Júlio Olivar fue un niño criado en la zona rural - barrio de San Miguel - y luego vivió en la calle Santa Cruz.
En 1989, a los 15 años, fue elegido presidente del Centro Cívico de la Escuela Estatal de San Marcos en Poço Fundo. En ese mismo año comenzó a escribir en City Journal sobre asuntos de actualidad local.
"Surgió muy joven en la carrera periodística. Chico guapo, tenía dos espadas afiladas: una era la buena escritura como periodista y la otra era una buena voz de locutor con excelente dicción ", escribió Schiller Noronha en las" historias del Poço Fundo ", que retrata los perfiles de los hijos ilustres de la ciudad .
También de acuerdo con el mismo historiador, Olivar tiene la sangre de Noronha, a pesar de no tener el nombre. Schiller dijo que en el estudio de la genealogía del autor,  que su madre, con la ascendencia de Heliodora (MG), tenía el mismo tronco de la familia del distinguido intelectual y poeta Plinio Sérgio Motta de Noronha (1876/1953), la Academia de Minería das Letras, que ocupó el  Sillón número 39, que ahora pertenece al notable intelectual y político mineiro Patrus Ananías.
Fue entrevistado para la revista Archivos del Sur, la entrevista está publicada en el blog de entrevistas:



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